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Peça da Cia. do Estômago estreia no Sesc Ribeirão

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Texto de Lucas Arantes tenta mostrar ligação entre desconhecidos em busca de moradia

Da reportagem

Foto: Weber Sian / A Cidade

Lucas Arantes estreia mais um texto de sua autoria; veja mais fotos

Lucas Arantes estreia mais um texto de sua autoria

Não interessa o nome. Há dramas na vida que independem de características individuais. Um desses momentos se dá quando A ou B decide deixar sua cidade natal, a casa dos pais, para se aventurar, na maioria das vezes, em uma cidade grande em busca de uma vida melhor ou satisfação pessoal.

E apesar de garantir que nada há de “diário” ou autorreferência em sua obra, não é difícil imaginar o próprio autor da peça, o ribeirão-pretano Lucas Arantes, passando pelo drama de encontrar um local para morar quando, há dois anos, deixou o interior para tentar engrenar sua carreira artística em São Paulo.

“Não que eu tenha vivido de fato o que a peça conta, mas se não tivesse morado no centro de São Paulo, conhecido pessoas que viveram dramas parecidos, talvez não teria escrito ‘A.B.Ismo’”, revela Arantes. Com montagem da Companhia do Estômago, “A.B.Ismo”, que estreia nesta terça-feira (13) no Sesc, conta a história de duas pessoas e um imóvel. Um locador, um interessado e um prédio.

O edifício aqui divide as duas vidas, mas nos andares que compõem as diferenças entre as personagens é fácil ver que uma teia de características semelhantes liga A e B. “Como afirma (o filósofo Georg Wilhelm Friedrich) Hegel, ações de caráter colidentes* constroem um diálogo”, indica o autor, mostrando que no fundo, nada parece ser o que é. Ou seja, não se engane com as aparências iniciais da trama.

Atores

O elenco é formado por Giba Freitas e André Mendes, atores que “encomendaram” um texto de Arantes após verem uma minipeça escrita por ele, na SP Escola de Teatro, onde estudam, na capital paulista.

“Na verdade, estava escrevendo um material para mandar para o Esmir Filho**, diretor do hit ‘Tapa na Pantera’, aí no meio do caminho surgiu a ideia do espetáculo junto com o Giba e com o André”, conta Arantes.

A história dos atores também poderia facilmente compor o enredo de A.B.Ismo, mas aqui, o quem importa menos que o como. “Todos têm dilemas e aos poucos vamos percebendo que há uma relação entre as personagens que parece inimaginável no começo da peça”, conta Giba, para quem, “A.B.Ismo é um drama com pitadas de humor” que “deve atrair interessados em teatro e nos dilemas da vida”.

O prédio no qual a história se desenrola está em “uma grande cidade”. O principal resquício disso é a menção ao responsável pela obra: o arquiteto Oscar Niemayer. Segundo Giba, a cidade de São Paulo foi a base, “mas poderia muito bem ser Ribeirão Preto ou outra cidade grande do país”.

A peça é composta por catorze profissionais envolvidos com cenário, montagem, além da dupla de atores. A sonoplastia, especialmente elaborada para a peça, é de responsabilidade de Sabrina Novaes.

Para Giba, “a montagem é simples, o que mais chama a atenção são realmente os diálogos e as formas como eles evoluem. O texto foi um verdadeiro presente do Lucas pra gente”.

Serviço

A.B.Ismo
Terça-feira, às 20h, no Galpão de Eventos Sesc (rua Tibiriçá, 50)
Ingressos: de R$ 2,50 a R$ 10
Inf.: (16) 3977-4477

 

***

Sorte que aqui, no blog, podemos fazer as nossas correções do que entendem:

*O jornalista, por algum motivo, escreveu conivente, e não colidente. “A ação dramática (…) decorre essencialmente num meio repleto de conflitos e de oposições, porque está sujeita as circunstâncias, paixões e caracteres que se lhe opõem” (Estética do Drama, Hegel)
**Não! Eu tinha uma mini-peça com o nome Abismo, mandei para o Esmir por Facebook, ele respondeu em forma de diálogo e eu vi que a história de A e B poderia continuar de alguma forma. Somente. Agora, a peça está aí.

Written by lucasarantes

dezembro 13, 2011 às 3:57 am

Publicado em teatro

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