Archive for abril 2010
Motormama – Aloha Esquimó
AVISO PUBLICITÁRIO
O novo trabalho do Motormama é o CD Aloha Esquimó. Acho que fui o primeiro a ter o CD, pois os amigos Regis Martins, guitarra e voz, e a Gisele Z, voz, abriram a caixa na minha frente e me entregaram um disco de presente. Gustavo Acrani, Luis Fernando e o Milton Ávila formam o restante do grupo. Grandes amigos. Grande música.
É o terceiro disco do grupo. O CD contêm 12 faixas do mais puro rock caipira psicodélico. O novo álbum segue o estilo desenvolvido pelo grupo em mais de dez anos de vida: a união de elementos roqueiros com ritmos nacionais.
liberdade
“A liberdade pode ser uma existência terrivelmente impiedosa” – Contardo Calligaris
benefício
“Escrever é uma profissão muito solitária, mas eu gosto da minha vida solitária. A solidão, para o escritor, é um benefício” – Lucília Juqueira de Almeida Prado
ensaiando a nova peça
Alunos egressos da EAD-USP, os atores e amigos Igor Pushinov, Flávia Teixeira mais o diretor Pedro Cameron e a assistente de direção Yukari Carolin (espero não ter errado o nome de ninguém), ensaiam a minha nova peça no mesmo lugar onde ela foi criada.
Guardem esses nomes. Esses caras acabaram de sair da EAD e estão com tanta energia que irão explodir em cena. Será grandioso.
É uma honra eles neste lugar ensaiando a minha nova peça. Talvez até inimaginável. Você imagina isso acontecendo com você?
O mais gratificante da vida são os caminhos diferentes que se encontram para construir um outro qualquer.
Ela sabia
“O meu último livro já está sendo escrito. Nele vou contar a história de vida que passei ao lado do meu marido. Talvez o livro se chame ‘Histórias de um Casal’”.
Ouvi ontem essas palavras da boca de Lucília Junqueira de Almeida Prado, 87 anos, autora de 65 livros infantins, dois livros adultos já publicados e mais de uma dezena de livros adultos ainda inéditos. Ela disse “o último livro”.
“Resolvi começar a publicar os livros adultos faz pouco tempo, já que fiquei conhecida como escritora de livro infantil, tendo ganhado o Prêmio Jabuti em 1971”.
Em uma parte da casa dela, lá estavão os livros ainda inéditos, empilhados. “Estou imprimindo para deixar para a prosperidade. Pode levar um se você quiser”.
Levei.
E ela, toda doce, não tinha pressa em escrever o último livro. Não tinha pressa de que alguém publicase. Não tinha pressa em querer que você lesse livro dela, talvez nem se importe de você não ler nunca.
“Um café?”
”Obrigado”
Ela não tinha pressa. Ela sabia. E você?
um grande filme que lembra um grande filme
A ILHA DO MEDO (2010)
O GABINETE DO DOUTOR CALIGARI (1920)
o paraíso do escritor
O que vai acontecer quando você for um escritor consagrado, cheio de medalhas e prêmios para mostrar para família, para os amigos que, por um motivo ou outro, antigamente, você se sentia inferiorizado na frente deles? O que vai acontecer quando você for amigo dos escritores que conseguiram ganhar respeito por terem publicado um ou mais livros, mas que, mesmo assim, permanecem inéditos para boa parte da população, esquecidos (sorte que os seus amigos leram)? O que vai acontecer quando você conseguir ganhar algum dinheiro escrevendo, enviar um pouco para os familiares junto com os originais do seu novo livro? O que você vai fazer quando conquistar o que tanto queria? Se lamentar? Se lamentar da vida, do sucesso, da voz que ganhou no mundo? Por favor, não seja tão patético. Faça da sua conquista um motivo de exemplo, verdadeiro, não falso e mentiroso. Não sinta que o outro é menos quando te mandar os originais para ler, não ache isso ruim – aliás, foi você que tanto quis isso. Troque de sofrimento. Sinta-se em casa. Sente-se no bar, sem problemas, mas traga os seus sonhos de novo, os sonhos de sair da cidade natal, de causar novas discussões com suas histórias – não deixe que os outros familiarizem tão facilmente o que escreve. Surpreenda. Agradeça ter tempo para contar suas narrações ao invés de pegar o metrô, ônibus ou trânsito quase toda manhã. Não faça do seu exemplo um exemplo a ser seguido pelos urubus que você cultiva ao seu lado, que trocam sua lavagem todos os dias para você continuar comendo. Não fale de literatura se ela já for uma praga na sua vida. Arrume outra coisa. Ao dar o próximo gole, quando você já for um escritor consagrado, deixe cair toda a cerveja na camisa, saia de fininho para o banheiro, pule a janela que dá para o outro lado da rua apoiando o pé da privada e nunca mais volte. Deixe que seus empregados se matem sozinhos. Ou, se tiver coragem, diga a verdade, não seja hipócrita. Mas se estiver na merda, não minta. Só prometa o céu se você estiver no paraíso.